COLUNA CHICOLELIS: O dia em que mandei roubar um Monza

A história, verdadeira, que vou contar aqui mostra que, em qualquer profissão, sempre aparece algum personagem que, ao invés de honrar seu trabalho e de seus companheiros, é capaz de tirar vantagens usando sua condição profissional para obter vantagens usando carros cedidos pelas fábricas para testes.

Felizmente, o número de profissionais, se é que podem ser chamados assim, é insignificante, diante da quantidade de jornalistas que atuavam naqueles tempos em que comecei minha carreira na gerência de Imprensa da GM, onde estive por 18 anos.

Era outubro de 1983 e o meu diretor, Gilberto Barros,  chamou​-me à sua sala para dar a primeira missão no departamento: recuperar o Monza, que um  jornalista não devolvia, há quase um ano, sempre dizendo que o faria no dia seguinte. E não o devolvia.

Perguntei a ele, como deveria fazer aquilo. A resposta foi: faça o que for preciso. Tem carta branca. Traga o carro de volta.

Fui para minha sala e começou a pensar em um plano para cumprir a missão.  Pedi para o pessoal da frota, além das chaves​ reservas,  os documentos originais, já que naquela época carros circulavam com cópias, autenticadas, da documentação. Depois fiz contato com o escritório regional pedindo que contratassem um motorista para “roubar” o carro, que todas as noites era estacionado, sempre no mesmo lugar, sob um placa de “proibido”.

Fui até a Delegacia de Polícia de São Caetano do Sul, SP, para pegar uma carta do titular autorizando o motorista, que eu já tinha o nome e CNH, a circular por ruas e estradas, em determinada data.

Enviei documentos para o escritório e, dois dias, o “comodatário”, que assinara contrato se comprometendo a devolver o veículo em 15 dias, não o fizera por quase 365, me ligou.

– Chicolelis​ (com forte sotaque), aconteceu algo muito desagradável, roubaram o carro, que​r que eu faça o BO?

Na maior cara de pau, eu já vira o carro na Oficina de Serviço disse, que não precisava, pois o pessoal do escritório regional tomaria as providências.

Ele, ainda mais “cara” de pau”​ que eu, pergunto: quando que você vai me mandar outro carro para teste?

– Pode esperar, respondi, sem acrescentar o “sentado”.

Acho que el​e cansou de esperar, ​pois nunca mais recebeu carro da GM. Mas sua ações não se limitaram a este Monza. O sujeito pegava Galaxie, da Ford, e alugava para casamentos em sua cidade e região, ou ​trocava os pneus novos, por usados, assim como bancos, rádios e tudo ​com o que pudesse se beneficiar.

Esse personagem ´foi aquele que confundiu o David Niven, ator, com o o piloto Grand Hill, durante um GP 1, em Mõnaco, bi-campeão da categoria (1962/1968) e único com a “Tríplice Coroa do Automobilismo” (GP de Mônaco, 500 Milhas de Indianápolis e 24 Horas de Le Mans). Apesar de Marco Zamponi, o saudoso Zampa, tentado adverti-lo do engano.

 

 

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